domingo, outubro 22, 2006

Palavras...

"Pareceu-lhe então, meditativa, que não havia homem ou mulher que por acaso não se tivesse olhado ao espelho e não se surpreendesse consigo próprio. Por uma fracção de segundo a pessoa se via como um objecto a ser olhado, o que poderiam chamar de narcicismo mas, já influenciado por Ulisses, ela chamaria de: gosto de ser. Encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não imaginei: eu existo."


Em: Uma Aprendizagem ou o livro dos prazeres, de Clarisse Lispector

5 comentários:

Jane & Cia disse...

Descobri a Clarisse em Perto do Coração Selvagem, presenteado pelo meu irmão. A sua escrita é surprendente e num estilo muito especial e próprio. Guarda-a para quando o tempo permite fruir com lentidão a profundidade das suas palavras.

Excelente partilha!

Susy disse...

Muito bonito!!! Não conhecia.
Beijinhos e espero que estejam bem

Abelhita Maia disse...

"eu existo"

Gostei muito!!

Sónia e MI disse...

:)
adoro ler palavras que cativam.

kriz disse...

deu vontade de ler mais... é bom ler algo com sentido profundo de quando em vez...

bjs***